sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Estádios, adeptos, vizinhos e outros desencontros

Passada dúzia e tal de meses após as declarações em que o Presidente do S.C.Braga "declarava" a vontade de transferir o clube para Guimarães ou Barcelos eis que somos novamente confrontados com declarações, no mínimo, desadequadas: o Presidente inveja os adeptos do vizinho!
De facto o Guimarães arrasta muitos adeptos ao seu recinto, mas interessa perceber o porquê da questão antes de partir para declarações que podem atingir uma boa parte das susceptibilidades bracarenses. Então vejamos:
- Guimarães, devido à sua posição algo subalternizada face a Braga (é apenas sede de concelho e a cidade em si é muitíssimo menor do que Braga), tem uma forte componente bairrista que faz com que a generalidade das suas gentes se congregue em torno do principal emblema. Braga é hoje uma cidade que, por si só, se afirma no contexto Nacional e, como tal, não sente uma tão forte necessidade de se afirmar por via dos feitos desportivos. Por cá abundam as pessoas que não se interessam pelo futebol e também, (felizmente) cada vez menos, os bi-clubistas.
- por outro lado o estádio de Guimarães é muito mais fácilmente acessivel pedonalmente que a "Pedreira" o que potencia a alfuência das pessoas ao estádio, sobretudo aos Domingos.
- por último a política de preços praticada pelos clubes é completamente díspar. Todos nos lembramos do autêntico abuso que foi cobrar 25€ no jogo com o Bayern de Munique - um abuso claramente apontado àqueles adeptos mais fiéis que nunca faltariam a um jogo de tal dimensão, que mereciam por parte da Direcção um carinho especial e não estes actos de pura "especulação emocional". Mesmo nos jogos da liga nota-se que a política de preços é completamente diferente em ambos os clubes (é rara a vez em que um sócio do Guimarães tem de pagar alguma coisa para ir ver o jogo).

Assim, e como nunca fui apologista de apontar deficiências sem apontar também soluções, deixo aqui algumas ideias para aumentar a massa adepta presente na Pedreira.

1 - Melhoria dos acessos pedonais ao EMB (esta é para a Câmara Municipal): de facto o Parque Norte não fica longe do centro da cidade (e quem não acreditar em mim que vá ao Google Earth), o problema é que não existem acessos pedonais dignos desse nome. Para o solucionar podia-se construír uma espécie de "escadório" que descesse a partir do miradouro no topo norte da Avenida Doutor Artur Soares directamente para o recinto entre o EMB e os campos de treino, tal melhoraria enormemente os acessos ao estádio e às demais infraestruturas que ali vão ser construídas (Pav. Multiusos, piscinas, parque, etc.). Até podia ser construído no lugar um "funicular" que poupasse os mais idosos de ter de descer/subir tanta escada. Seria uma obra que não só arrastaria mais adeptos aos jogos mas também potênciaria o desenvolvimento do bairro da misericórdia e arredores.

2 - Uma real operação de charme junto da cidade: em cooperação com o comércio local oferecer bilhetes (em larga escala claro) aos clientes das lojas, aproveitanto épocas como o Natal, Páscoa ou Carnaval.

3 - Prática de preços mais atraentes e suportáveis para o bracarense médio. Os preços praticados para os sócios são exagerados, seria preferível cobrar 2 ou 3 € e ter uma afluência de público muito maior. Por outro lado era importante baixar considerávelmente os preços para o público em geral (os potênciais futuros sócios).

sábado, 15 de dezembro de 2007

Polis XXI aprovado para o quadrilátero urbano minhoto

in "Correio do Minho":

"Candidatura bracarense recebe ‘luz verde’ do governo
A candidatura, corporizada também pelos municípios de Barcelos, Guimarães e Famalição, foi seleccionada em primeiro lugar no contexto das 26 formalizadas a nível nacional."

Antes de mais parece tratar-se de uma boa notícia para a região, resta saber qual vai ser o impacto "prático" deste programa.
Dado o notório sucesso do programa "Polis" em algumas cidades de dimensão dramáticamente menor do que a totalizada pelas cidades do "quadrilátero urbano", julgo ser justo esperar algo de espectacular desta espécie de "Programa Pólis II". Anunciado como um "programa para a competitividade, inovação e internacionalização" espero que os autarcas locais saibam operacionalizar devidamente este espírito. Assim, deixo a minha interpretação pessoal sobre cada um dos termos quando aplicados à nossa região:

- competitividade: entendo-a claramente como competitividade face ao núcleo "metropolitano" mais próximo, ou seja, a Área Metropolitana do Porto. Nesta "rúbrica" do programa devem-se inscrever projectos que reforcem as sinergias da região, como poderão ser o comboio a ligar Guimarães a Barcelos (eventualmente Esposende) via Braga (com paragem nos principais núcleos urbanos e indústriais) o "light rail" a ligar Guimarães a Barcelos via Famalicão e Famalicão a Braga (idem, idem, aspas, aspas).

- inovação: aposta clara nas novas tecnologias, àrea em que a região já é tão rica, (dinamização do AvePark e do INL, retoma do TechValley). Alargamento da Universidade do Minho a Barcelos e Famalicão (e eventualmente a Viana do Castelo).

- internacionalização: aposta no vizinho mercado galego como potências consumidores das atracções turisticas minhotas (incluíndo o esquecido novo parque de diversões de Braga e a "Guimarães - Capital Europeia da Cultura 2012"). Ligação directa de Braga ao aeroporto Sá Carneiro via comboio ou "light rail". Candidatura dos centros históricos de Braga e Barcelos a Património da Humanidade. Celebração de acordos entre a Universidade do Minho e universidades estrangeiras de referência.

Saliento as sinergias que podem ser retiradas destas três vertentes: as ligações rápidas entre as cidades facilitam a existência de mais pólos da UM; parques industriais activos e tecnologicamente relevantes potênciam o uso do transporte de mercadorias ferroviário entre cidades, garantindo assim a auto-suficiência da infra-estrutura ferroviária; a ligação ao aeroporto impulsiona a fixação de empresas relevantes na região; a fixação de empresas implica a criação de empregos bem remunerados que favorece o turismo.
É fácil de perceber para quem jogou muito "Sim City" que o que é realmente dificil criar é um impeto de crescimento sustentado. Este impulso pode ter sido agora conseguido!

Espero ansiosamente por saber como os nossos autarcas vão aproveitar este impeto e quando vai a obra "física" começar a ser visivel.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Manual de Sobrevivência

Hoje, para variar, proponho um pouco de poesia que nos ensina que a vida é simples ... embora não necessáriamente fácil. "Tropecei" neste poema hoje e devo dizer que em raras ocasiões vi escritos tantos bons principios de vida juntos!

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas.

Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida.

Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser.

Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática.

Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.

Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado.

Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. E aprendes que realmente podes suportar mais... que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor perante a vida!"


de Veronica A. Shoffstal